Amor

AMOR

Amo-te muito, muito.
    Reluz-me o paraiso
    N'um teu olhar fortuito,
    N'um teu fugaz sorriso.

    Quando em silencio finges
    Que um beijo foi furtado
    E o rosto desmaiado
    De côr de rosa tinges;

    Dir-se-ha que a rosa deve
    Assim ficar com pejo,
    Quando a furtar-lhe um beijo
    O zephyro se atreve;

    E ás vezes que te assalta
    Não sei que idéa, joven!
    Que o rosto se te esmalta
    De lagrimas que chovem;

O Maior Bem

Este querer-te bem sem me quereres,
Este sofrer por ti constantemente,
Andar atrás de ti sem tu me veres
Faria piedade a toda a gente.

Mesmo a beijar-me a tua boca mente...
Quantos sangrentos beijos de mulheres
Pousa na minha a tua boca ardente,
E quanto engano nos seus vãos dizeres!...

Mas que me importa a mim que me não queiras,
Se esta pena, esta dor, estas canseiras,
Este mísero pungir, árduo e profundo,

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