Ébrios

O Mundo gira e gira, e volta a girar
Dá mais uma volta, não pode parar
Nós, os ébrios, aqui nos quedamos
Por sermos tão loucos, às vezes erramos

Se o que nos move, ao chão nos agarra
Prefiro o imóvel àquilo que amarra
Prefiro a desgraça ao som da toada
Ao menos sou livre e não tenho nada

Fixos aqui, o mundo observamos
Entorpecidos no acumular dos anos.
Inertes, apáticos, algures perdidos
Não nos mexemos... Contemplamos!

Esta passividade com que a terra se mexe
A vagarosidade com que o verde cresce
com que Lua sobe, enquanto o Sol desce
E uma parte de nós, sempre desvanece.

Serenos somos e sempre seremos
Não queremos agitação em mundos terrenos
Pois o dia virá em que sucumbiremos
E assim se findará o que vivemos.

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