Céus em lágrimas

De mancinho em sussurros vieram aquelas nuvens do nunca mais,
As colinas delicadas não eram elas as mesmas,
Pareceu-me triste
Tal qual quem aceita a dor de ser algo que passa e não volta.

Aproximou-se descalço os dengosos mansos torvelinhos
O firmamento estava ferido por dentro,
As estradas belas com lama cor de brasa na cintura curva
De meu cós rés sentindo sendo a visão infinita mais que vida.

Ejacularam ao longe as espadas e lanças que cravam minha atormentada alma,
Não há piedade quando burlescas imagens suicidam no vergão da aurora,
Já que o ontem também faleceu órfão em tão belo silvar,
Não perguntaram se lá estivemos em seu velório despido

Quem as não há?
E pude sentir a lã nas mãos quando em gestos pro ar
Toquei a ovelha gorda da serração sob meias montanhas lacrimosas,
Por vezes tantas possuir servir-lhe é tê-la,
Por vezes outras carcomer-lhe pária da obra térrea é negá-la.

Uns decênios até este outro olhar tonsurado meu amigo,
Dou-te algum nome se por agora fores meu cúmplice,
Dou-te o meu tonto anjo se por agora e sempre dizer o meu parco espírito.

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