Cartas que nunca leste

 
Escrevo-te na esperança que estas palavras sejam o conforto da minha ausência.
Desde que partiste o meu pensamento é exclusivo ao teu retorno.
O ar tornou-se pesado,cansado, dificil de o respirar.
Ontem tentei sorrir, falhei. Levaste-o contigo. 
As lágrimas que escorrem sem cessar vão apagando os poemas que escreveste entre as linhas do meu corpo.
A chama desta última vela que me guia, não será eterno o seu fulgor.
Resistindo a uma tempestade que anseia mergulhar o meu castelo numa profunda escuridão.
E aí? A coroa que ostento perderá a sua importância na indiferença do nada.
Na simplicidade de não existir. Porém, a não existência nunca foi simples para mim.
A consciência do meu ser rejeita a hipótese de haver um universo onde não coexistimos.
 
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