Desgosto de Agosto

Do modo que vens, também vais?

Como de onde estás, também sais!

E eu sentada enquanto esvais, 

Nesse mndo de homens tristes, que eu nunca vi tais.

 

E nem digas que ficas!

Porque ficar, tu nunca vais.

Diz-me verdades que não sejam mentiras. 

Que eu mentiras não as aguento mais.

 

Essas palavras que soltaste,

São tudo o que em mim vive.

Dessa vez em que me amaste, 

É tudo o que em mim sobrevive.

 

Vou voando pela terra, 

Querendo pousar lá no teu céu.

Caminho vales escuros, sobrevoando essa serra.

Tentando encontrar o que já foi meu.

 

O que é meu, já mais será!

Então, não volto atrás.

Hoje vou deitar-me e imaginar um dia melhor amanhã. 

Para poder reconfortar a mente tão incapaz. 

 

Vou deitar-me e acordar. 

Num lugar onde os pensamentos me possam deixar, 

Vou habitar esse reconfortante luar,

que a madrugada tem para me dar. 

 

Vou sentir, talvez fingir sorrir para ti. 

E lá no fundo, minha alma chora, és tu que não estás aqui.

Vou imaginar o teu abraço, e quem sabe até fugir, 

Da afronta que a minha vida é desde que te descobri. 

 

Já não choro, eu só oro, 

Já não corro, eu só morro,

E por dentro carrego o desgosto, 

No pescoço o teu colar sobre o meu peito disposto

No tempo em que bailávamos, algures no mês de Agosto!

 

Mas tudo foi em vão meu Setembro!

E deitada sobre a tua chuva, eu me rendo. 

Não tenho mais forças, mas nem mais pretendo. 

Vida inútil esta a minha, sobrevivendo sem te tendo.

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