Divino...

 

Por vezes parece coisa do diabo,
este amor divino,
que enganou o destino,
e chegou a mim,
desconjurando a pele,
e entrando fiel,
no meu peito por fim...

Ele é a minha cruz,
que encanta e seduz,
o meu corpo ruim,
deixando-o nas malhas,
das vontades canalhas,
que nascem de mim...

Sou mais uma pecadora,
sem nenhuma salvação,
a carne é a culpada
da minha condenação...

Vou enfrentar o inferno,
sem culpa sentir,
afinal do amor,
ninguém consegue fugir...

Quem peca sabendo,
e não consegue evitar,
Deus no fundo entende,
e há-de perdoar...

Talvez Ele também tenha amado,
e na pele também sentiu,
as falas de um amor,
que o silêncio assistiu...

*** Ártemis ***
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Comentários

"as vontades canalhas"... muito bom, o poder da sugestão que é exercido ao longo de todo o poema atinge aqui o seu apogeu.. parabéns!

Todo o poema é como um rio corre sempre para um mar...digamos que as "vontades canalhas" no caso é o mar tão esperando!

Obrigada pela sua sensibilidade ao ler-me...sou grata!

Ártemis

 

Excelente poesia de um significado profundo e belo.

Marcos,

sou grata por me leres...

Ártemis