Embarco nesta viagem que me tem cativo

Embarco nesta viagem
que me tem cativo.
Um tempo de passagem
com um efeito corrosivo.

Cada dia que passa
perco um pedaço,
nesta vitória sem taça
que procuro no regaço
da minha saia sem regaço.

A vida foge-me das mãos
e eu tenho que comandar o barco.
Num frenesim de conduzir e procurar
vejo, ao fundo, a morte como marco
num perene afundar.

Sinto-me conformado…
De partida em partida
parti, mas nunca, apartado,
me vi da vida abandonado.

Até acabar naufragado…

Género: 

Comentários

Gostei muito do poema.

João Murty

Muito obrigado caro amigo, são pessoas como tu que me dão força para continuar :)
Abraço :)