Hoje

Parar o agito da erva

açoitada pelo vento da cidade,

acalmar vagas

arrastadas pelo vento do oceano,

mover pernas

desordenadas pelo desencanto,

esbracejar ramos de floresta

apontados para o horizonte,

morder ossos abandonados por

desinteressantes.

 

Comer  a fome do amor

no fastio das jornadas,

beber a sede que refresca

nos oásis dos tempos

percorridos juntos

em abraços de oceano,

largo, de milhares de léguas,

encantamento de novos mundos,

nos sorrisos simples

de almas puras disponíveis.

 

 

Que longa caminhada

de caminhos sem estradas,

longe da luz das estrelas

frias no negro horizonte

desdizendo nossas esperanças,

hoje, sei de deusas desfazendo

amores impossíveis

que navegam na busca

de destroços de almas

cerzindo novos encontros.

 

Joaquim Vairinhos

Género: