Indo nas marés

Trago nas mãos todos os ventos e marés
 
rumando e seduzindo cada  lampejo de luar
 
ali à mercê da tua afabilidade que um beijo
 
deixou por insinuar
 
 
 
Trago algemado a mim este irónico
 
e factual silêncio demarcado num verso
 
excluso
 
fenecendo nestas fantasias onde deixámos
 
pactuar nossas solidões
 
num calvário de palavras libertando
 
da indiferença tantas e tantas emoções
 
 
 
Deixei a existência prosseguir em cada
 
desejo mais apetecido
 
debruando todo o silêncio que germina
 
num eco enfático e encarecido
 
…indo nas marés pernoito agora
 
nos teus braços num abraço
 
veloz
 
e tão apetecido
 
 
 
A razão fez um apelo solene à vida
 
arrebatando este absoluto e apetecido
 
tempo onde nos refrescamos em cada
 
gomo de luz  concebido nas entranhas
 
deste poema
 
falando-te assim baixinho
 
arduamente
 
destemido
 
despido neste percurso de memórias
 
apaladadas, inspiradoras
 
ao olhar nítido de dois corações
 
se embriagando comprometidos
 
pela verdade tão arrebatadora
 
 
 
FC
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