Manhã esquecida

Nesta manhã esquecida embrenha-se uma
brisa asfixiada, quase inebriada
Apunhala o silêncio que se desmembra e fenece
numa acaricia arrepiada
Serpenteia a luz que entre neblinas anestesiadas,
eclipsa-se numa palavra extasiada
 
O tempo algoz vadia pelas caleiras da solidão
docemente incrustada numa hora saciada
Invade as penumbras da memória onde mora a
saudade tão delirante…tão seviciada
Onde se cerze um murmúrio desvendado e embalsamado
numa gargalhada ali barricada
 
FC
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