A MINHA AMIGA FADISTA

A MINHA AMIGA FADISTA



Minha amiga cantarolava

poesia de fantasia

Ela que tanto amava

cantigas de muita alegria

 

Nos becos de Lisboa

era por onde andava

Passava p´las vielas na boa

e alguém por ela chamava

 

As janelas da Madragoa

se abriam de par em par

E de lá as pessoas pediam

um bonito fado fosse cantar

 

Policias e sopeiras

ouviam-na com emoção

Varinas e lavadeiras

choravam sem razão

 

Quando minha amiga cantava

na tasca de noites de lua cheia

A sardinha assada saltava

na brasa, pela hora da ceia



E naquelas noites de trova

muitos sorrisos havia

Por causa do vinho da uva nova

que o Zé Taberneiro vendia



E quando a manhã chegava

então tudo terminava

O pregão do carapau voltava

e a tasca do taberneiro fechava

 

de: fernando ramos

Género: