Nostalgia

Tenho sede. Muita sede. E apesar desta minha imensa sede, falho em sacia-la.
Por muito deserto que a minha vontade quebre, é a minha própria vontade que parece ser quebrada, seguindo um ritmo pausado pela brisa de um deserto marcadamente seco e sem vida.
Procuro refúgio na sombra daqueles que outrora eram oceanos, para me deparar com miragens. Colunas majestosas de areia, e nada mais do que isso.
Procuro saber, preciso de conhecer. 
Necessito de algo mais do que simples areia.
E daí, talvez tudo o que eu possa aprender, não passe mesmo disso.
Sucumbo à violência da minha sede, e, ao deitar o meu corpo exausto no manto de areia que é agora o meu túmulo, sorrio.
Pois ao sucumbir, vislumbro que o deserto que me engoliu é a praia da minha infância. 
E que ao virar lhe costas, ignorei um todo oceano

Género: