O Rei Melancólico

Bate à porta do castelo de marfim

Uiva sobre a janela a sombra do vento

Esvoaçam as cortinas do firmamento

Tocam o sino e regam os jasmins.

São sobre as escadas que se põe a ouvir

Passos sorrateiros, leves e sutis

A mão que passa sobre as paredes anis

Fecha a janela onde a lua sorri.

 

De quem são as lágrimas que caem na escuridão?

Os soluços que chicoteiam as taças reais?

Estremecem o sangue e as dunas dos areais

Molham as fronhas e vazam do coração...

As feridas que pulsam e latejam

Vermelhos espinhos que torturam

A pele que habita e murmura

Pelas estrelas onde quer que estejam.

 

E só pelo castelo passeias

Onde veste de suas mágoas e memórias

Recordam de suas árduas histórias

E por salvação anseias

Ainda espera por quem lhe dê a mão assim

Por quem invada as defesas do castelo

Por quem derrote seus demônios e o elo

Com esta Melancolia sem fim...

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Comentários

Belo poema em estilo épico. Parabéns!
Gosto muito desse tipo de texto e também escrevi algo neste gênero.

Obrigado por gostar!

Juntamente com a tristeza do Rei também senti-me meio triste pelaslágrimas, pelo anseio,pela luta.

Belo...Muito belo Poeta.

Congratulações.

Boa semana