OS CAVALEIROS DAS CRUZES NEGRAS

OS CANALEIROS DAS CRUZES NEGRAS
RENASCEM DAS ENTRANHAS NAS MONTANHAS GELADAS,
ONDE OS VENTOS DO NORTE SÃO MAIS FRIOS,
CRUZANDO SUAS LANÇAS E ESTANDARTES,
MONTANDO NA CRISTA DAS ONDAS REVOLTOSAS,
ONDE MANEJAM VAGAS DE CALOR,
NO INFERNO RENASCIDAS.
E VOANDO NAS NUVENS BRANCAS,
DE MEMÓRIAS ADORMECIDAS, 
VAGUEIÃO SUAS CRUZES NEGRAS,
E CAVALGANDO COM SEUS MANTOS AO VENTO,
DE FUNESTOS IDEAIS DESÍGNIOS,
E CONTRA NÓS APONTAM AS MORTAIS LANÇAS,  
QUE SÃO MONSTRUOSOS IDEIAS AS SUAS,
E COM OS SEUS HELMOS E LANÇAS EM RISTE,
VOCIFERANDO GRITOS DE AGONIA ADORMECIDOS,
ROMPEM AS CARNES DA SAGRADA  LIBERDADE,
E NA OUSADIA DA VIOLENCIA, MATAM AS MIL E UMA CORES,
DE UMA AURORA BOREAL 
E SE NESTES TEMPOS PRESENTES,
ONDE O TEMPO É POUCO E A POUCA VONTADE MUITA,
NÃO HOUVER ESPIRITOS QUE SE LEVANTEM,
NA FIRMEZA DO SER E DA ALMA,
E ENFRENTEM ESTA MALFADADA SINA,
DE CUJA CAVALGADA DE MONSTROS HORRIPIANTES,
É CERTA E FLAGRANTE, DONDE A CRUZES NEGRAS,
VAEM PARA UM FUNESTO ESTREMINIO DO SER,
SEM QUE DEIXEM CAMINHO OU RASTO, 
PARA UMA NOVA AURORA, DE DESTINO DAS GENTES.
(Carlos Fernandes)
 
 
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