SEGUNDA MÃE

28-04-2012 - 19,05 HS


Irene ri, Irene ri, Irene ri, e Caetano Veloso cantava aquela canção,
automaticamente voltei para as histórias, e lembrei de minha tia.
irmã de minha mãe, ela estava lá quando nasci, batia a mil seu coração,
a mãe perguntando o sexo da criança, e a resposta perfeita, e sorria.

cresci com a ternura daquela mulher, que tambem me chamava de filho,
nasceram suas filhas, mas continuei sendo o preferido, ainda bem.
os anos passaram, e sempre ela ligava com sua voz rouca, e terna,
envelheceu, mas sempre atenta aos detalhes de minha vida, sempre zen.

acostumei pelo menos uma vez por mes, ela ligava, sempre carinhosa,
adoeceu, sua alegria foi rever-me mesmo no hospital, que pessoa linda.
um dia sua filha mais velha ligou, dizendo que ela foi passear no céu,
nunca mais ouvi sua voz rouca, seus cuidados, mas ficou sua foto no papel.

história simples, como tantas e tantas já ocorridas nesse universo,
esteja onde estiver, jamais esquecerei, minha segunda mãe.
a gente se adotou por afinidade, e escrevo em prosa e verso,
quando for pro andar de cima, vou ouvir sua voz rouca dizendo...
meu filho seja bem-vindo pois voce sempre foi a minha manhã.

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