Sem antídotos

Sinto no apelo destes olhos que me fitam
 
um cego olhar rasgando as inquietações
 
inundando os beijos meus que ao teu redor
 
se despem e explicitam de insinuações
 
 
- Basta desfolhar o tempo repartindo-o
 
serenamente até onde gravitam
 
as respostas inconfundiveis
 
decifrando-te nos dispersos
 
murmúrios intangíveis
 
 
- Regista minhas lembranças
 
quando ditas veementemente
 
no calor de tantos desejos
 
impassíveis
 
deixados degostar-te pela nesga
 
da vida onde te saboreio
 
tão promíscuo e perempetoriamente
 
 
- Confesso não ter mais
 
antídotos pra me resguardar
 
dos vícios tatuados num verso
 
incompatível
 
Apenas bastava alcançar-te com palavras
 
irrefutáveis
 
silenciando tua fisionomia escondida
 
ente mim
 
e as carências de um olhar partilhado
 
inalando-te tão vulnerável
 
 
- Que venha então a eternidade
 
descortinando nossa sobrevivência
 
deixada na cíclica manhã submersa
 
entre insuperáveis desejos acantonados
 
no tempo de todas as cumplicidades
 
vestindo as ilusões
 
num beijo versátil
 
pintado num dia onde sepultámos
 
de vez nossas insanidades
 
 
FC
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Comentários

GOSTO MUITO! "OS SEUS POEMAS, ELES ENCHEM MEU CORAÇÃO DE DESEJO À  ESCREVER... SÓ QUE MINHA ESCRITA  SE CURVAM PERANTE ELES"! 

ABRAÇOS!

M.C.R.

Obrigado pela gentileza

Abraços

FC