Sol e sombras

Nesta metamorfose de palavras flutua
um eco volátil e extasiante
Resgata a cada hora sessenta segundos
letárgicos, flácidos e asfixiantes
Demarcam a nudez da solidão cintilando entre
o fulgor de um poente itinerante
 
Entre o sol e as sombras adormece o dia num
ápice, bocejando feliz e reverberante
Serpenteia os caixilhos solitários onde se debruça
um sequioso afago hidratante
Arrepia a derme da alma que se digladia com um
eufórico brado hipertenso e contagiante
 
De pesar soluça o tempo que além fenece aconchegado
a um murmúrio tão apaixonado
Caloteia cada hora que agoniza afogada num tsunami de
desejos e sussurros camuflados
Descerra um incrédulo e exíguo breu resignado, à mercê
do silêncio que dormita embebedado
 
FC
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