Soneto de Casamento

 

Te adonaste de mim por inteiro,

Me entreguei, me entrego a ti sem pudor

Nem receio de ser teu canteiro

Para plantares em mim teu amor.

 

Dar-te-ei os frutos verdadeiros,

Os mais doces e belos em favor

Do amor que te juro, sem receios

De ver negada a alegria e o louvos

 

Da solidão dos dias... e das noites

-Essas sim, perversas companheiras:

Viciosas, ilusórias, traiçoeiras!

 

A isso renuncio pelos açoites

Da maltratante paixão restante

Num coração rendido pulsante.

 

Rodrigo Dias

(in: "Impressões Expressas & Expressões Impressas”; Usina de Letras, Rio de Janeiro, 2009)

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