Velas ao vento

Velas ao vento

 

Os ventos às vezes eram a direção, diz uma canção no rádio. Por isso, barcos que velejam mudam de rota. Meu ser veleja com a direção dos ventos, então não sigo correntes oceânicas. Velas ao vento e lá vou eu rumo ao mar aberto. Haverá um porto depois do fim do oceano, quem sabe um porto seguro, quem sabe apenas um porto. Minha alma tem a sede dos marujos, barris de rum são provisões no porão. Minha embarcação é de madeira, é natural, é viva. Minha embarcação sou eu. Há uma bússola que indica pontos cardeais, se não, sigo a rota das estrelas, com um nó na garganta e velas ao vento.

 

Charles Silva

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