A verdadeira bonança

Não vás, nunca me deixes.

Se fores, leva-me contigo.

Se não me levares contigo, não me esqueças.

Se não voltares, se me esqueceres,

Serei comandante deste navio que navega pelo mar.

Enquanto a tempestade não me engolir resistirei firme agarrado ao leme.

A gritar o teu nome com tanta veemência quanto os trovões que ecoam pela noite.

Talvez com um empurrão do destino aliado a uma tão esporádica sorte, eu consiga sobreviver ao temporal que anunciava o meu fim.

Porém, se fragilizado o meu corpo enrugado pelo constante rebentamento das ondas eu tiver que ceder, morrerei finalmente depois tu me teres morto.

Talvez eu finalmente tivesse a minha paz, a verdadeira bonança.

O descanso merecido.

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