Hoje.*
Autor: F.G. on Sunday, 6 January 2013Hoje.**
Diante de uma neve, um Ser de Beleza de alto talhe. Sibilações de morte e os
círculos de música surda levitam seu corpo adorado, e ele se expande e treme
como um espectro; feridas escarlates e negras rebentam nas carnes soberbas.
As cores próprias da vida ficam foscas, dançam e se desatam ao redor da
Gracioso filho de Pan! Em volta de tua fronte coroada de florzinhas e bagas
teus olhos, gemas preciosas, se movem. Manchada de fezes cinzas, a cova das
faces. Tuas presas reluzem. Teu peitinho parece uma cítara, sininhos circulam
no bronze dos teus braços. Teu coração bate nesse ventre onde dorme o duplo
Patifes sólidos. Muitos já exploram vossos mundos. Sem carências, e pouca
pressa em aplicar suas brilhantes faculdades e sua experiência de vossas
consciências. Que homens maduros! Olhos vidrados como noite de verão,
vermelhos e negros, tricolores, aço salpicado de estrelas douradas; faces
I
Este ídolo, de olhos negros e crina amarela, sem pais nem corte, mais nobre do
que fábulas, mexicanas e flamengas; seu domínio, arrogância verdeazul, se
Assim que a idéia do Dilúvio sossegou,
Uma lebre se deteve entre trevos e campânulas cambiantes, e fez sua prece ao
arco-íris, através da teia de aranha.
Oh! as pedras preciosas que se escondiam, — e as flores que já olhavam.
Os dois num momento de introspecção começaram a conversar sobre a dor.
-Qual dói mais, a dor do corpo ou a dor da alma?
-É a dor que vem da ferida, creio eu.