COZINHO NO FOGO

Cozinho no fogo do teu olhar
Desejos de pensamentos carnais
Piso a neve fria branca descalça
Vomito palavras ardentes na alma
Que me queima o sangue do corpo
Letras tuas que saem da minha boca
Na parede do nevoeiro de pura neve
Entre a chuva silenciosa de um silêncio
As mãos invisíveis acariciam os quadris
Que se escondem quando a memória
Do corpo é a luz do próprio pensamento
Sente um beijo suave sobre o coração
Eterna noite nos teus quentes braços
Entre todas as carícias de beijos sem parar
Cobrindo todo o teu corpo frio, no meu
Flores da minha agonia, do meu desejo
Outono, primavera, verão, inverno em ti
Cozinho no fogo da tua carne de tantos desejos
Desejos do meu corpo ao encontro do teu.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca

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