DUETO - AMOR NAUFRAGADO - João Murty/Fernanda Mesquita

DUETO: João Murty/Fernanda Mesquita

AMOR NAUFRAGADO

Nunca perto, sempre longe, sem domínio e sem cadência
Navego na noite escura, sem estrelas, à luz das velas
Sem rumo nem orientação, sou um náufrago da tua demência
Perdido neste mar de sentimentos, sem portas e sem janelas.

Deste amor navegante que se perdeu no mar e naufragou
Por não encontrar um porto de abrigo, farol ou uma luz acesa
Flutuando há deriva não resistiu a tanto rombo e se afundou
Nos vis baixios do ciúme contra os rochedos da incerteza.

Onde estavas quando precisei de ti? Perto, longe, distante do meu chamar
Náufrago de ti, não escuto os passos, não sinto os teus braços, não te ouço falar
Já não sinto, nem vejo esse teu gesto sem jeito de te enroscares no meu peito.

Nunca perto, sempre longe e distante, naufrago neste mar de amor imperfeito
Onde os poemas morrem e as musas cantam os sentimentos que já senti
Guardo em mim um desejo, recordar o primeiro beijo e a última vez que te vi.

João Murty

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Que pena, como são tantos os descaminhos, quem diria?
Triste olho o relógio, os ponteiros mexem-se mentindo
Para que eu não espere aquele que prometeu que viria
Para atear a última réstia de luz que se vai diluindo.

A incerteza é aquela que nasce na escuridão
Que envolve o rosto do outro, atraindo desamor
Pois a distância traça o caminho da solidão
Alimentando e fechando cada um na sua própria dor.

Se tu te sentes abandonado, então que direi eu?
Que dentro de mim enterro aquilo que por ti viveu;
Esse amor naufragado, que chamas de imperfeito, triste...

Os descaminhos de um amor apenas são um mistério
Porque nós, descuidadamente inocentes, não levamos a sério
Que um coração sozinho cansa-se de esperar... desiste!

Fernanda R. Mesquita

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Comentários

Amor naufragado, que pena! Acho que o meu morreu afogado!

Abraços!

Parabéns!