Não te sinto.

Sinto mas não digo.

Digo mas não sinto.

Sinto mas desminto.

Minto com medo faminto.



Sinto para lá e para além.

Sinto como nunca sentiu ninguém.

Sinto mas minto ao meu instinto,

Que diz que vou ficar sem alguém.



Sinto e não demonstro,

Demonstro e não sinto.

Sinto que nada sinto e que,

tudo o que sinto, minto.



Tudo senti, nada falei.

Olhei para ti, te desejei.

Sorrateiramente te olhei, se reparaste, nem notei.

Anotei: doce, sereno o teu olhar tão pleno.

Enaltecido por um sorriso ameno.

Dominado pelo coração que tanto temo.



Menti e senti.

Senti tanto que perdi,

Perdi tudo o que vi.

Perdi e fugi.

Fugi de mim ou de ti?



Por ti, deixei de sentir,

Sem sentir não posso mentir.

Por ti, deixei de me iludir,

Sem me iludir não posso desiludir.

Por ti, deixei de conseguir,

Sem conseguir não me posso rir.



Não sinto, mas vejo que tudo está a morrer.

Algo mudou no dia em que te vi desaparecer.

E se a natureza morrer o que posso eu fazer?

Ninguém pode sobreviver sem viver.



Senti tanto que tanto menti.

Perdi tudo que até desisti.

Não tinha amor, apenas dor, então fugi.

Agora apenas não sinto, foi o que decidi.



Agora não mais minto, tudo o que senti, tudo o que perdi, tudo o que movi, tudo o que vivi..

Tudo isso foi por ti.
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Hoje brilha uma estrela, um grande momento, um poema que veio de dentro, profundo e com sentimento.

Obrigado por repartir o poema. E, escreva porque em si habita uma alma grande de poetisa

Cuprimentos.