O Mimetismo do Cinza de Nossas Vidas

O sol é verde,

Azul ao extremo,

Às vezes.

O sol não emite calor

Ao se sucumbir aos homens incolores.

Há outras estrelas,

Uma bem no meio do mundo

Dos outros.

Esse mundo “docês”,

Que não vou nem a passeio.

Passo nem perto,

Desse caminho escuro que não se caminha.

É escura e funda, a vaidade

Um afresco,

Em suas paredes de idiocracia.

Por isso mesmo, o sol nunca que lhes chega.

Mas eu sou um sol,

Aquela gema vermelha,

Ainda que num dia de chuva amena.

A chuva passa,

Você chega e me beija.

Você tem um terçol

Que se estende pela orelha,

Ainda assim, eu te chamo de minha.

Você é amarela, quente e viva,

Por isso quero casar contigo

E ter vários sóis,

Uma casa grande e que brilhe

Com todas as cores.

Farei isso para quê?

Para sobreviver a esse cinzento

Mimetismo de nossas vidas.

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