parto

vozes que batem na porta fechada, ecos devolvidos.
lamurias repetidas gastas do usar ja farto
outros sons ganindo que se misturam nos ouvidos
da mulher que geme espremendo o parto.
Pariu a luz, a estrela maior que lhe aponta o caminho
bebeu nas aguas sujas e subiu a escada que foge do mal
deixou para trás o leito do homem que fala sozinho
levou pela mão a cria acorrentada no cordao umbical.
Levantou as saias, mijou de pé ao centro da terra
Gritou veneno, saiu da orbitra do olho castanho
chorou um fado de luz apagada nos braços da guitarra
que lhe fez um filho de corrente do mesmo tamanho.

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