Promessa

Quantos versos te restarão
quando as estrelas se apagarem?
Em busca de qual promessa
tu ainda rezará as mandingas?
Quem haverá de desenhar as rendas
por onde voava o colibri?
Quem, de ti restará?
 
E tudo por quê? 
De onde ressuscitastes esse medo?
Lembrança de tantos amores em vão?
 
E no entanto, poeta, é preciso reviver.
Dispa-se da paúra e descalce o que dirão.
Nada sabem do que se passa em teu peito
e é tempo de renascer.
 
Nada escute, além da voz da amada.
Nada veja, além do brilho de seus olhos.
Nada temas. 
Aperte a mão estendida,
afaste a mágoa sentida,
esqueça a decepção havida
e siga, por esse outro tanto de vida.
 
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