Sempre juntos

Num canto já esquecido

Meu caderno de poemas

Não tenho mais lágrimas

Para chorar com minha pena

As paredes do quarto
Que tanto me ouviram chorar
Já não mais se circundam 
Para meu pranto acalentar

Entre sons e burburinho
Nossas sombras se permutam
O espelho suado abriga
As imagens que o incita

E as noites?
Procura-me na cama
Senti falta 
das nossas horas de insônia.

Agora?
Ainda estamos juntos
Eu, você...
E toda minha bagunça.

Enide Santos 25/01/14

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