Surrealista

Mistérios

Orvalhos que em prece consagram

As belezas da coroa que é lua radiante

Em todo furor,ó Noite brilhante

Comtodo amor que coração conduz

Da janela do meu quarto se estalam

Sons soturnos da madrugada casta

Não sei que brilho é este que se arrasta

Da catedral ao sino de luz.

 

Este mistério que se levanta e esfria

É como a brisa suave que desliza

Em meu verso de luz que espiritualiza

Cada símbolo de louvor que se cria

São como mádido e formosos soníferos

Que uma virgem em teu pranto derrama

Paletó de madeira

Paletó de madeira

Cá estou eu agora, deitado dentro de uma caixa gélida e pálida, sem status, isso é um fato...

Ao meu redor amigos e parentes a chorar... Quantas lástimas... – Eu o amo tanto... Era o som que ressoava quanto eu estava entre eles...

Queria dizer-lhes algo, mas não posso, meu silêncio é como um vício que há tanto tempo desvio...

No âmago do momento até que tento pelo menos um intento que de tão lento se perdeu no vento...

DESABAFO

         60                         DESABAFO

Desabafo do verbo desabafar, não suporto mas a vida, mas tenho que levar!

Levanto de madrugada, susto com gente correndo, outros gritando que estão morrendo... em que mundo estou vivendo?

Som alto à noite toda, não respeitam a lei do silêncio!

Chamar a polícia, não adianta... Eles querem que nós vamos juntos  fazer o som parar! E depois que eles forem embora?

A minha cabeça vai rolar!

É melhor aqui escrevendo, querendo me desabafar!

 

Madalena Cordeiro

ÁGUA MANSA, MÃOS MACIAS

Quero rios e ramos

rumos e rotas

Muros e sol

Pra sair do escuro

À margem de mim

Sair do labirinto

Onde não vejo a saída

 

Quero água mansa, mãos macias

Que me oferece a maçã

Símbolo do pecado

Num convite insinuante

Justo naquele instante

Em que mais vou precisar, você vem

Nas noites frias

Aquecer meu coração

Quem sabe você não se encante

E me encante

Com seu olhar que procura

Numa busca incessante

E seja eu a escolhida

Pages