Decifra-me ou te engano.

Decifra-me ou te engano.



O que é a verdade?

O meu ponto de vista?

A sua realidade inacessível?

A conversa fiada do botequim?

Olhos vazios e caóticos,

mentiras nuas e cruas nos lábios.

Manipulação, sarcasmo e ironia.

Ele aprendeu a falar o que ela anseia ouvir,

sedutores versos embebidos em vinho.

Afinal de contas não era amor,

apenas mais uma arapuca previsível.

Ele caminha na noite escura,

no peito uma tatuagem de coração partido.

Ela secou as lágrimas da desilusão,

olhos sem brilho, sonhos petrificados.

Decifra-me ou te engano,

sorriso de esfinge no canto da boca,

asas arrancadas como tatuagem nas costas.



André Paolucci

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