Dedicado

Desnudo!

Quando finalmente desnudo minha alma
uns vão me julgar... outros vão me entender
alguns vão rotular, e alguns outros ignorar
Nem você, a quem eu escrevi
vai conseguir realmente me entender
Eu, quando escrevo, revelo meus segredos
saio dos escuro, me revelo ao mundo
meus gostos, os sabores e devaneios
Mostro ainda, um coração sangrando
uma face encharcada de lágrimas
saudades de outrora... e num recente agora
marcas deixadas por uma paixão
um amor desgovernado que se perdeu

Arte se faz com arte!

Oh, arte...evoco-te uma resposta,
olho com paciência a minha musa, o objeto de desejo
Sinto o poder dela... as tentações a flor da pele
num provocar das minhas pupilas
naquele atiçar sedutor da minha libido
Olho... viajo pelas linhas.... a cada nova curva
Cada um dos detalhes tão únicos
entalhes tão seus... teu universo...o submundo
muito além da pele, da derme e epiderme
la na bem guardada, protegida alma
A essência.... o âmago onde eu artista
travestido como um escritor... músico, pintor

Minutos decisivos!

Um minuto
Outro minuto já são dois
E mais um, são três
O tempo passa devagar
Rápido pra quem não espera
Simplesmente a sua vez
Logo ...logo já são cinco
Depois é seis
Sete, oito, nove e dez
Quando você terminar de ler
Já deu onze, doze
Treze talvez... O tempo segue
Catorze, quinze
E um quarto de hora se foi
Não fique parado
Tudo segue o ponteiro do relógio
Não pára, nem finda
Enquanto vivemos
Mas num repente,ao acaso
Já estava determinado
O tempo por aqui da um basta

Vagabundo...2

Compostas pelo vento,

Trago as notas do tempo,

Escritas na face…

Notas longas sustidas.

Do, Ré, Mi de cem vidas,

Que viveram meus passos.

Ópera em desgraça caída,

No papel de uma vida,

De que ando fugido.

Notas em pauta corrida.

Partitura envelhecida.

Pergaminho esquecido.

Retrato à luz do sol já posto;

De sépia, a velha pele do rosto,

O cabelo em desalinho…

Vagabundo dobrado da idade,

Pelos becos da cidade,

Por onde trilho meu caminho.

Cantata despida,

Por fim...

Tentei esboçar,

teu rosto com letras;

Mas mesmo de mel...

me soaram as palavras a tretas;

Por muito aquém...

ficarem de ti.

Com números então,

tentei somar-te os encantos;

E somei um milhão,

com outros tantos;

Mas muitos mais haviam...

e desisti.

E bebi um trago...

com outro que despejei;

atrás de outro que entornei,

de um fôlego só...

fiquei sem ar!

Respirei fundo,

doeu-me o peito.

E vi teu corpo,

de névoa feito;

Sem escrever...

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