Natureza

Outrono

Caem castanhas no meu sono

Perante o céu frio do gueto

Descansa o cadeirão outrono

Pinturas em pastel seco

 

Arqueio mil arco íris

Do nevoeiro da fogueira

Prenda do primo Osíris

Um copinho d´uva lameira

 

Em passadas caducas

O Sol acolhe o serão

Estaladiças não são frutas

CORES OUTONAIS

CORES OUTONAIS

 O ciclo das estações existentes na natureza tem o seu encanto e beleza. A maioria escolhe a Primavera. Sem deixar de a admirar, não posso esquecer o Outono, vestindo as árvores, antes da hibernação, com as suas múltiplas cores na folhagem.

A Serra da Gardunha apresenta-nos nesta quadra do ano um dos melhores cartazes de promoção da Região da Cova da Beira.

Se recorrermos à História de Portugal, verificamos o quão importante eram as encostas da Serra da Gardunha.

Infinito

Infinito

Gosto de pensar sem limite, olhar o horizonte e imaginar um mundo sem fim, pensar que as estrelas não têm conta e que existem seres em outros mundos. É bom pensar assim, por vezes complexo, mas fascinante e libertador.

A liberdade está neste estado, pensar sem certeza, sem formulas, mas com convicção que tudo é infinito e tudo está em nós.

Ser dono de si mesmo sem influência da história e do poder, olhar a Lua, falar com Júlio Verne e partir nas suas máquinas voadoras…

CAMINHADAS…

CAMINHADAS…

Caminha-se…. Caminha-se por vários espaços, onde se aprende sociologia, psicologia, temáticas urbanas rurais e patrimoniais.

Cruza-se com pessoas com passos lentos, mais acelerados, com velocidades não controláveis, na labuta diária do pão de cada dia, de pequenos empresários e agriculturas familiares.

Beija-flor

Beija-flor

 

Da janela do meu quarto

Avisto um Beija-flor

A trocar carinhos com a mais linda flor

Tanta ternura e suavidade

Que bela expressão de amor

Farfalha as suas asas

Dança sob a página de vida

Alimentando-se da singela flor

Apaixona-se pelo seu néctar

Enfrenta tudo, não teme a dor

Beija-flor com suas asas

Dança ao som duma suave melodia

Com a sua amada flor

Meu Deus, quanta beleza

Deste voraz conquistador

Ao proteger a flor amada

Com tanta delicadeza

Flor de lotus

Flor de lótus

 

Flor formosa

singela e deslumbrante

Inspiração divina

Símbolo de espiritualidade e pureza

Teu perfume é a essência do amor

Perfeição, sabedoria e paz

Bela Flor que emerge em sujas águas

Águas turvas e estagnadas

Tua raiz está na lama,

Teu caule na água e tua flor ao sol

Tuas oito pétalas

São o símbolo da harmonia cósmica

És história, poesia e vida

Flor imaculada que desabrocha sobre a água

em busca de luz

Onda de calor

Onda de calor

 

Ferve de norte a sul

Queima, incendeia

Nem há brisa na praia

Nem ondas no mar

Faz-se chama viva

Este calor abrasador

Comtemplo enternecida os montes

Percorrendo a orla deserta

Ao longe, nuvens cobrem o horizonte

O sol...

Pinta sorrisos nas nuvens

Nesta tarde quente de verão

O mar...

Com suas ondas refrescantes

Convida a mergulhar

Como uma tempestade

Derruba as impurezas da mente

Fragmenta resíduos da memória

Rosa amarela

Rosa amarela

 

Obra divina

Perfeição do amor

Sua cor brilhante e ensolarada

Evoca um sentimento de calor

Seu perfume é puro

Suave, inebriante

Veste-se de pureza

E mesmo com espinhos

Irradia toda a sua beleza

Flor simples e bela

Rainha no jardim

Ela consegue invadir

O mais íntimo de mim

É energia na minha alma

Encanta-me, fascina-me…

No encontro com o alvorecer,

Veste-se de lua e de sol,

É poema a brotar da terra

Setembro

Setembro

 

Há um prenúncio de chuva

No perfume que a nuvem comprime

As folhas subtis das árvores

afagam suavemente o solo

pintando de cor a calçada

O vento do Norte

Mima com beijos suaves

As folhas que perderam a cor garrida

Num delírio enfraquecido do verão.

Ergue-se setembro

As estradas dos meus sonhos

Reabrem-se dentro de mim

O vento traz o fresco às madrugadas

A brisa baila por entre os campos

E eu sentada no banco do jardim

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