Pensamento

Café

Esperei um pouco,
A senhora e a criança e a rapariga e o rapaz e o homem tinham todos muito por dizer à gente,
Ou somente à minha voz,
Mas vou tomar um café e vai ser extra forte-calmo.
 
Vou conversar,
Nem que seja contigo, meu recipiente,
Mas agora estou à não-espera,
Porque a minha casa faz de conta que está longe,
Porque o meu sobrinho pode vir ter comigo a qualquer altura,
Nem que seja para me mandar ir para o trabalho.
 

Liberdade

Liberdade

A liberdade é o pensamento da solidão.

A liberdade é a alma do vento quando a solidão se solta por cima do mar sem fim.

Quando não sou livre grito para alargar o tempo… para poder ter a Lua e a Terra na minha mão.

Quebro o dia a dia e por vezes retorno exausto aos braços da minha Mãe que me devolve essa liberdade que se chama paz.

12:38

25/04/2018

MS

Contradição nº 2

Contradição nº 2

Igual as ondas do mar
A vida é recuo e avanço.
De esclarecer não me canso.
Deve saber o sujeito
Quem é na sociedade
Pra lutar por seus direitos.

Pra não se expor, pagar mico,
Tal qual pobre neoliberal
Que delira e pensa que é igual
Ao rico capitalista.
Veja, analise e assista,
Contradição surreal.

Precisa incluir a Todos
Pra construir a Nação.
Discurso de ódio é que não
Pode regar a semente.
É o amor que a gente sente
Que vai fundar a inclusão.

Desesperança

Cada dia abre-nos possibilidades sem fim.

O dia de amanhã é incerto, como incerto é o céu que nos espera.

O futuro é absolutamente aberto. Sempre!

O Futuro é feito pelas mãos sábias dos que sabem esperar construindo… pouca sorte a minha que tenho pressa em chegar… espero ansioso por uma certeza que tarda em chegar.

Em todas as lágrimas há esperança, uma só esperança, uma pequena esperança, um pouco de vento, um pequeno brilho de manhã.

E eu não espero muito na minha lembrança, nos teus cabelos de pomba branca, nos meus caminhos de chuva azul…

Atmosfera

Qual foi a parede construída para te dividir? Não digo ter erguido abismos à altura de ser insensível e dado fielmente a vãs convicções, senão, que fugi recluso e os ergui com força justamente para me manter afastado da insensibilidade, habitante dos pequenos lugares que juntos a outros crescem engrandecendo esse mundo pouco. Embora, também houvesse erguido abismos e construído paredes através de universos garimpados nas entrelinhas dos livros. Meu escudo protetor, além de extrair-me ‘DO MEU’ ao dar-me ‘AO DELE’.

Manifestação

Para que a “última” manifestação interior seja – ainda mais – verdadeiramente sentida, é preciso primeiro deixar-se ser parte essencial em algo que o faça. E sinto que, que o quê o faz, sejam também floreios evaporados através duma boa dose. Eu, que quando sou só nada, ainda persisto completo; preenchido. Completo, porém, sei que sou, quando dentro das estrelinhas derramadas nas luzes, e conhecendo isso, nada, porém, sinto não ser, pois me vejo sendo mais a cerca das minhas emoções alteradas; violentadas; desvirginadas; impuras; imprudentes; incertas.

Eu sempre corro

Corro, corro
Eu careço correr
Lanço-me neste chão
Minha armadura
Aos meus pés
Neste chão, nessa terra
Crio-me nas esquinas
Deste desconhecido
Vôo de mãos dadas
Com a minha solidão
Guio meus pés, meu corpo
Levo minhas angústias
Trago meus medos
Escondo minhas tristezas
Corro, corro
Eu careço correr
Da terra, da mata, do nada
E os seus meus
E nos seus breus
Lanço, corro, vou...
Vôo. Vôo alto, sem direção acertada
Ao meu lar, ao abismo nas estrelas

Oração a Cesar

Cubra-me
Cubra-me contigo
Faz-me sólido
Eu que peco aos meus
Os meus desacertos, os meus desmazelos
Acolha-me, acolha-me
Às suas feridas senhor
Desce sobre meu pecar
E me faz forte
Desce sobre minhas chagas e me faz vigoroso
Desce sobre mim
Minh’alma és completa para ti
Querido Deus
Permita-se em mim
Deixe-se em mim
Moras em mim
Quebranta minhas dores
Afoga minhas tristezas
Desfaz os meus males
Moras em mim
Faz-se em mim sua completude, seu amor, sua paz.

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