Desilusão

Eminência Urbana

Tu, que fumas o teu cigarro, 
E palpitas o que não sabe
Na nossa cidade de hoje em dia:
Descompaixão, descompostura e desconceito
Já são os setores da nossa agonia!
 
Tu, que caminhas e nem sabe pra onde vai
Sente na pele esse nosso desconforto. 
A desordem hoje muito te atrai
Embora tu partilhes uma vontade parcial de morto!
O inafiançável preço que tem a nossa vida.
Tu, que passas com pressa e já estás de saída...

O Celícola Pecador!

Bem na dimensão cerúlea superior
Foi que existiu o maior pecador. 
 
Da farda do amor era o único pisano!
E o mal veio todo com ele num jugo de dor insano. 
 
O celícola pecador...
Porque nós somos pecadores?
Porque até hoje nós nos preparamos
Para todos os sabores?!...
 
19 . 10 . 2014

Algemados

Os corpos algemados
Se arrastam atordoados
Como corpos que sofrem
Por serem aniquilados...
As almas atilhadas
No fogo eterno do inferno,
Se encontram
E se cumprimentam. 
Mas esses corpos de maldade
Encontram sempre o fim cruel
Aqui, ninguém respeita ninguém
Mas todos amam se acusar.
Do gato ao rato...
Do gato ao rato...
Todos se expressam em um tom vulgar.
 

A Comunidade Pede Socorro

A comunidade pede socorro!
Esquinas tristes
Histórias de violência. 
O futuro aniquilado no morro. 
Invadiram as casas
E quem fugiu 
Conquistou sobrevivência...
O barzinho na avenida.
O latido dos cachorros.
As carroças transitando...
Tonéis d'água...
A chuva molha a esperança do povo.
Foram trezentos e sessenta e cinco dias de novo.
(E o calendário confunde e atola com o seu ano novo...)
Festas?

Escândalos Atrás de Furos...

Câncer no pulmão
Aos trinta
Parece pra você uma boa vida?
E cortar os próprios pulsos
Desde sempre
Pra permanecer a ferida?...
Vida fresca? nunca. 
A dor alheia carece de inimigo. 
Pois lá fora
São bares, pilares e muros,
Escândalos atrás de furos... 
 
10 . 10 . 2014

O Que Podemos Fazer?

O que podemos fazer 
Se as coisas acabaram assim?...
Essa bola de fogo 
Que permanece acesa,
Mesmo depois de todo o lodo
Aqui dentro de mim...
 
O que podemos fazer?
Ou melhor,
O que iremos fazer
Quando a lâmpada dos sentimentos 
Apagar de vez?...
E a cidade e as pessoas e também as coisas
Criarem, do nada, um outro cotidiano?...
 
Pois seja bem-vinda!

Pages