Poesia Visual

Gritos no sertão

Gritos no sertão
(Jorge de Azevedo)

Ouçam o grito de desespero
Vindo da choupana onde os homens
Ainda não chegaram com cestas básicas
E nem vales que compram dignidades.

Ouçam! Uma virgem deixou de ser virgem
Sobre sacos de feijão e farinha torrada
E seus sonhos se esvaem na poça de sangue
Que deixa toda a farinha manchada.

Ouçam o grito de desespero
Da mulher, mais parece um espectro,
Ao ver a filha no chão jogada
E o padrasto fechando o zíper da calça poída.

ALGUMA POESIA

Alguma poesia,
Que tem o sentimento do mundo.
Que fala ao coração profundo.
Que nasce de algum lugar,

Que tem o seu estilo de expressar,
A vida diante do seu olhar,
Que é bem construídas,
No seu caminho procurando uma saída.

Alguma poesia de uma clara manhã,
Que a hora mais bela surge com seu fã.
Nesse universo de confiança,
Trazendo a vida uma razão de esperança.

Poesia que se proponha a dizer,
A quem possa merecer.
Alguma poesia que não esta isolada,
No destino de sua estrada.

ALÉM DE QUALQUER PENSAMENTO

O amor que eu sinto por Deus,
Vai além dos pensamentos meus.
Esse amor eterno,
De um Deus paterno.
Que é verdadeiro nos momentos que é vivido,
Amor que todos os dias quero desfrutar por ser escolhido.
Mesmo em meio à dor sem desanimar,
Foi o que Cristo meu Senhor venho provar.
Pois sempre quero estar em sua presença,
Que tem o poder e a graça de uma vida imensa.
Que fala de forma transparente,
Ao coração consciente.
Que envolve de tal maneira,
Essa fonte de vida verdadeira.

MAR

MAR

Mergulho em minh'alma
e me coloco a velejar

Pois é onde encontro a calma
e o mundo a mim se pára
a fim de se observar

São onde os sonhos ganham graça
assim mesmo que por pirraça
o exagero deixo vir

Me pegando a sorrir
onde quase por um triz
a mim mesmo esqueci

Flávia Sorg

Uma particula de luz

Estou solto no ar
como uma partícula sem luz
vagando no cosmo da existência.

Olho-me através do reflexo
do arco íris à minha frente
e dispo-me dos desejos insanos,
estou livre de éticas e leis.

Vejo-me natural, despido,
olhando para o meu interior.

Uma luz brilha no mundo
mostrando caminhos de provações.

Estou solto no ar
como uma partícula sem luz.

Aracaju, 21 maio 1991

A PONTE

A PONTE

A ponte entre o imaginário,
E o real.
Começa em nossa mente,
O sonho de um ideal.
De vencer o passado,
E mudar o futuro tão natural.

Vendo o resultado,
De um sonho planejado.
E nessa realização,
Que a vida toma conta do coração.
Nessa realidade,
Onde tudo é diferente na verdade.

Onde os pensamentos,
E atitudes têm o seu momento.
Tudo nasce na mente,
E morre no mundo existente.
Onde muita gente já viajou,
Nesse universo que o sonho não acordou.

ABANDONAR A POESIA JAMAIS

ABANDONAR A POESIA JAMAIS

Abandonar a poesia,
Aqui nesse mundo jamais.
São palavras doces pra min,
Por tudo o que ela me faz.
Nessa liberdade sem fim.

Vivo a paz,
Dentro do coração.
Onde eu espero sentir,
Sempre essa sensação.
Nesse lugar que estou,
A minha poesia nunca se retirou.

Sobre a vida ela firmou,
A razão de um ser que o iluminou.
Poesia que me deu,
Tudo o que é meu.
Muitos hão de comtemplar,
O prazer que a poesia pode dar.

A POESIA PEDE ACESSO

A poesia pede passagem,
No espaço dessa mensagem.
No seu meio de cultura,
Falando com palavras de ternura.
Em um universo da razão,
Dita seus versos com satisfação.
Procurando algo especial,
No seu destino real.
De ser a poesia mais natural,
Que o poeta descreve no seu meio habitual.
Onde motiva a leitura,
De toda criatura.
Poesia é antes de tudo,
Uma visão de um sentimento profundo.
Que passa pela avaliação,
De seu coração.
Poesia é uma alma despercebida,
Na canção de uma vida.

A POESIA MORA AQUI

A poesia mora aqui,
Dentro de um livro colorido,
Trazendo uma luz,
De um mundo,
Não percebido.

Que revela,
Seu verso.
Abrindo a porta,
Do seu universo.
No olhar
De uma esperança.

Tudo é história,
Tudo é o tema,
De sua herança.
E nessa afinação,
Vai dizendo o coração.

Onde tudo,
No ser humano é poesia.
Que parece,
Com a vida.
Com prazer e harmonia.
De ser feliz,
Nessa sintonia.

Quando a boca da noite se abre

Quando a boca da noite se abre
(Jorge de Azevedo)
A boca da noite se abre
E vomita putas
Para o cabaré da esquina
Onde se encontram
Vidas sem perspectivas
De vida.

Quando a boca da noite se abre
Espalhando escuridão pela cidade
As mocinhas saem arrumadas
Das casas das madames
Endinheiradas rumo à escola
De paredes ainda azuis
Carcomida pelas chuvas
De tantos invernos e verões.

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