Desilusão

Versos Soltos 4

(O Dia Depois da Esperança)

 

Migalhas, apenas migalhas,

Sobram do meu coração.

Recordações de tantas falhas,

Que fizeram falhar a missão.

 

Tantas vezes me feriu e doeu,

E para dentro eu chorei.

O lado mais forte meu,

Aquele que sempre mostrei.

 

O ódio é o meu sofrer,

Perco o controlo de mim.

Versos Soltos 2

Acordo de manhã e olho para o lado,

Vejo que estou sozinho e fico destroçado,

Porque partiste assim sem razão?

E deixaste-me sozinho a morrer de solidão.

 

Os dias passam, mas tudo parecei igual,

Chove e venta, está frio e tudo parece correr mal,

Tenho saudades da alegria e da vontade,

Que me davas todos os dias como aquele amor de verdade...

Versos Soltos 1

A vida não é como uma canção que eu canto,

A vida não é espantosa mas enche-me de espanto,

E ao tentar viver morri na solidão,

De quem já não acha razão.

 

E eu amava aquela garota mais que tudo,

Quando estava ao seu lado era o maior sortudo,

Mas ela foi e eu fiquei e já nada é igual,

E vou morrer neste frio da solidão que é fatal.

 

Doença humana

Oh, sono de sonhar,
fome de emagrecer.
És o amanhã que ameaça chegar,
o período que ninguém irá esquecer.

Todos "fomos usando" a nossa parte.
Sem medir ou contar.
Agora, não podemos, simplesmente, ir para marte...
Como não somos de prevenir, há que remediar.

Porque se fizessemos a viagem,
viajariamos como quem erra;
E mudariamos a paisagem
à semelhança da Terra.

Somos uma doença
e o amanhã prevalecerá,
desfazendo a crença
que um depois de amanhã chegará.

Morrer

Queria ser apenas pensamento
e não ter um corpo que me prende.
O aperfeiçoamento do alinhamento
das ideias que alguém não compreende.

Ser mais que algo material,
ter mente sem apoio;
ser o lado informal 
de um, inexistente, existente saloio.

Morrer

Queria ser apenas pensamento
e não ter um corpo que me prende.
O aperfeiçoamento do alinhamento
das ideias que alguém não compreende.

Ser mais que algo material,
ter mente sem apoio;
ser o lado informal 
de um, inexistente, existente saloio.

Jazz da Meia Noite

Toca o jazz da meia noite.
Jiggy jiggy, jizzy jazz...
Cigarro a evaporar na ponta dos dedos.
Blues da morte,
Música de má sorte...
Batidas lentas, dinâmica forte.
Súbito saxofone que me rasga em dois,
Que me congela a alma
Da mais profunda calma.
Improvisos solados, ascendentes,
Entre outros tão decadentes...
Montanha russa de melodias
A aquecer-me as noites frias.
Bateria a marcar compasso
Com o escárnio odioso
Com que pelo mundo passo.
E o contrabaixo, lá do seu alto,

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