Prosa Poética

Fluindo em ti

Foi-se a vida repartida
 
em prantos flamejantes de mim
 
tecido em velados cantos pagãos
 
reescritos nos melhores
 
dicionários onde plantámos
 
nossa língua mãe
 
regulamentada em cachos de amor
 
servidos a cada instante
 
que te saboreias em mim
 
fluindo tanto rio em nós
 
 
– Depois de tantas primaveras

Outros olhares

Retirei hoje da solidão
 
pequenos prantos de tristeza
 
que disseram adeus àquela
 
saudade
 
preciosamente arrumada
 
na prateleira deteriorada
 
nas ténues horas silenciosas
 
endereçadas via postal
 
sem remetente, nem mais inspiração
 
 
- Amanhã absorvemos renovados
 
aqueles teus adornos de beleza

Mãe

Se precisar subitamente de confiar em alguém,
Aflitivo momento de arriscar, porém,
Relembro-me o porquê de não confiar em ninguém.
Na avareza infalível de fazer o que convém,
Submeto destreza incrível que mais ninguém tem,
A esperteza inteligível de imitar a minha mãe.
Num discurso credível que me liberta refém,
E me relembra o porquê de não confiar em ninguém.
18-06-2013

Os contornos da sombra

Na minha pele
 
já empalidecida no tempo
 
regaste com perfume
 
todo este ser que te sustenta
 
erigindo minha esperança
 
quase implacável
 
que por ti finalmente
 
ruge e sedenta
 
 
– Olhando no rascundo do tempo
 
rabisco na alma da gente
 
um tépido vento que assobia
 

MAIS UMA DO AMOR...

             

 Mais uma do amor...

 

Era manhã de segunda feira e Fernando tinha esperanças de ser um dia muito especial. Iria a uma entrevista para um bom emprego. Seu sonho era ser professor, ainda estava nos estudos, mas aquela manhã seria fora do comum.  Uma oferta para uma entrevista com possibilidade de contratação na área de relações humanas.

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