Amor

OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA

Atravessei com o maior
Amor deste mundo
Campos primaveris
De girassóis
Numa Rússia
Sinuosa...

Com amor enfrentei
Sede, fome e frio
Mas tudo havia mudado...

Ao chegar, você lá
E meu amor continuou maior
Pois nem uma guerra
Impediria que a Primavera
Brotasse em meu coração...

Lindos jardins floridos
Sinuosos, às vezes, coloridos vistei
E encontrei lá você feliz...

De volta ao meu caminho
Para Itália voltei
E mais lindos girassóis
Contemplei...

ISABEL DE CASTELA (Minha Rainha)

Dentro do claustro
Do teu castelo
Em arabesques
Não imaginas
Que em meu peito
Inflama um core apaixonado.

E por centena de anos
Reprimido pela saudade
E pelas diferenças
Do meu reino
Minha Rainha,
Para ti pareci
Tão distante.

Não é preciso que
Me lance ao mar
Atravessando oceanos
Para nossas coroas
E corpos se unirem
Pois o território
Que pisamos
É e será o mesmo
E para tanto
Minha Rainha,
Basta o teu
Apenas teu
Mando e querer.

TORMENTA DE AMOR (Pororoca)

Tenho corrido doce desde minha nascente
Para as tuas águas: revoltosas salinas ...
Mas quanto mais perto eu chego, tu foges...
Entre ilhas, arquipélagos e lagunas
Tu te perdes... mas minha vingança chega
E ela é pura de marginal indolência
Quando tu, Mar que contemplo, me invades
Na fúria de uma tormenta violenta...
De mim se nutrindo... no delírio da divina Pororoca...

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte
Quando na horizontal
Entras como sol
Devorando minha pele luz...

Belo Horizonte
Quando te vejo desnudo
Em teus versos nos meus braços...

Belo Horizonte
Com tuas cascatas
Rios e cachoeiras
D'ouro... d'ouro... dourado...

Horizonte Belo
Que amo edulcoradamente
Belo... belo... belo
Meu Belo Horizonte.

TE EXERCITO

Exercitando o doloroso
Exercício de existir
Dentro de ti a exercitante
Saudade.

Exercício diário e coronário
De exercitar a tua voz
Tão distante pelo fio
Exercitante de um telefone...

Exercito a dolorosa saudade
No exercício fantástico
De te fazer exercitado
O meu exercício sempre
Em tempo de conjugação
Presente perfeito.

Assim exercito
Teu nome
Vestes
Corpo
Luz
Sol
Lua
Saudade...

PARATY (Teu Bandeirante)

Escrevi Paraty com tanto amor
Que acabei me perdendo
No tempo, no vento, nos caminhos
Minhas missivas não chegaram Paraty
Por isso em sendas delirantes
Vou te encontar Paraty amar.

Caminho nos paralelepípedos do ouro
E para dar cabo ao hiato da saudade
Pela distância entre duas cidades
Que estão tão perto, muito perto...
Corro por lembrar de ti e Paraty enamorar...

PRIMAVERA

Linda Monarca
Abres meus caminhos
Com perfume de encanto: mulher.

E na margem do surreal deliberante
É a marginalidade que me fascina
Com o furtacor de tuas asas: liberdade.

Monarca linda a borboletares
Meu real: ideal.

Serpenteando
Tal serpente: delirante
Todo o clamor do sexo
Que agora aflora da sensualidade
Do teu colorido bailado: Primavera.

O EDIFÍCIO

Entreolho as lantejoulas espelhadas
Vidraças coloridas das paredes
Do teu corpo concreto edifício
Que só meus olhos desnudam...

Aqui embaixo continuas lindo
Metáfora vibrante dos olhos meus
Que desejam em ti aprofundar o infinito...

Como se pudesse o infinito
Decifrar profundamente
Tua alma límpida espelhada
Alma refletora dos mais distorcidos segredos
De todas as almas que por ti refletidas são...

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