Prosa Poética

Em silêncios...

Em silêncios
 
pela calada da noite
 
adormeço teus olhos
 
perto de minha’álma
 
que anda extenuada
 
à procura da tua imutável
 
 
- O inverno solta seu frio
 
e assim timido mas intenso
 
te procuro em brasas com incensos
 
que me trespassam qual calor ameno
 
em gargalhadas que varrem
 

Noite ambulante

- Perdeu-se a noite ambulante
 
queda-se o dia tão errante
 
e nossa estrela cintilante irrompe
 
brilhando nos véus castos
 
onde purifiquei a luz
 
que freme escaldante
 
 
- Perdeu-se a noite
 
deambulando entre luares
 
amando diluídos entre a escuridão
 
onde desabrocham
 
perfumando a atmosfera

Urgência

Como seria urgente
 
descobrir mais alegrias
 
inventar mais que um mundo
 
inteiro
 
sermos todos aventureiros
 
purificar de luz até
 
nossos anseios
 
apregoar a cada aguaceiro
 
a felicidade contida em cada gota
 
debruçada no derradeiro poema escrito
 
neste lamento sorrateiro
 

Destino almejado

 
Talvez me encontres um dia encostado
nas ombreiras da tua solidão
e talvez 
tu me sigas até o infinito
mais que o infinito
talvez me dês asas pra voar...e voando
pinceles todo o meu céu
como sempre imaginaste
sem nuvens e sem véus
talvez,
queira eu, nunca te decepcionar
porque se morrer aos poucos tu nem estarás
ao meu lado para afagar a luz que se esvai dos olhos meus
talvez,

Folha Que Somos

No inicio nascemos... como a primeira folha risonha de primavera
obtemos o desgaste diário de quem sofre em paralelo ao vento e chuva das intempérias
Somos essa mesma folha... folha sofrida que chora mas também ri quando o sol a acorda
Folha que descansa em harmonia ao som de histórias e canções de embalar da noite
 
Vivendo tudo intensamente e absorvendo o dia a dia neste nosso verão
 mas sempre com medo do dia em que irá cair e descansar eternamente junto à raiz de sua mãe
 

Poentes

Ficarei aqui
amurado neste pôr do sol
descansando agradecido 
saboreando tácito
a felicidade transitória
fiel,
pacificada que nos sustém
escancarando
a noite mais um dia
enclausurando
o poente algemado
nesta
alquimia decantando
inebriante tamanha alegria...
FC

Existências...

Existe toda a beleza
 
que depura a vida
 
regorgita até minha poesia
 
que fareja longânime todas
 
as angustias 
 
assim tristes
solitárias
únicas
descartadas na penúria do tempo
 
 
 
Existe a declaração de amor
 
estampada neste inesperado verso
 
assim como respiro a rima
 

Instruções para ser Feliz

Instruções para ser Feliz.

 

Felicite-se. Agrade-se. Faça as coisas que mais gosta. Invista tudo nesta aposta. Renove a Vida. Lembre-se que é o Bem mais precioso que possui. Intensifique-A. liberte-se das ações mesquinhas. Siga a via do seu coração. SIM. Siga a vossa intuição. Ame e Ame-se. Lembre-se dos versos do poeta que diz “todo amor vale a pena, se a alma não é pequena”. ORE. Recorde-se que o Mestre ensinou na oração que o Amor é a mais importante lição, a se aprender. Ame nas diferentes formas: Eros, Ágape e Filo. Faça do Amor a sua norma, de viver.

Levanta-te. Suavize seu cotidiano. Mude hábitos. Lembra-se daquele sonho ou ideal arquivado. Execute-o. A hora é agora. O tempo não para. Realize-o. Fundamente vossas crenças. Use a vossa ciência. Sua ação é indispensável e faz toda a diferença, na arte de existir. Tenha plena certeza da vitória adquirida. A Fé nunca falha e ainda deixa bela a Vida. Igual a uma criança, mantenha acesa a centelha da esperança. Resgate o belo, o lúdico, o mágico, e o lado poético da Vida. Poetize-se. Intensifique-se. Acredite em você. Creia na felicidade. Descomplique. A Vida é simplicidade. Invista tudo nesta aposta. Faça as coisas que mais gosta. Agrade-se. Felicite-se.

Os passos...os acasos...

por fim o dia nasceu
e deu lugar
ao mesmo sol
da branda manhã
iluminando fiel a escuridão
dos outros dias dispersos
 
e até a esperança dos nossos sonhos
retornar seguiremos felizes
até a terna ilusão por fim chegar,
quando nada pra mim pedi
porque afinal de ti sempre medi
os passos os acasos
as tréguas
que nunca ficaram pra depois
estão entre sóis,
tantos luares 

Aconchegado

Era toda minha
esta felicidade incrível
restando-me contemplar-te
impassível na grandeza
do teu sim
mascarado em breves tons de jasmim
e aí foi quando me aconcheguei
nos braços teus
e dei por mim perdido assim
 
fitando impávido da janela
os pingos da chuva cair
doarei à pele o súbito
e vadio poente
que baniste dos nossos sonhos
 
e ao bramir de cada canto

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